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Relações, Paixões e Quimeras

1

Só amamos no outro a nós mesmos? Se assim fosse não haveria prazer na surpresa, ou seja, naquilo que não esperávamos porque não é nosso – ou seria a surpresa um mero reconhecer-se inesperadamente?

2

É um amor pobre e falso aquele que ama porque é mandado – isto é, que tornou-se um dever. Quem ama “o povo”, o “homem futuro”, os “valores” de sua ideologia etc. não ama o individuo e sua singularidade, mas apenas seu ideal: e, por isso, logo o odiará, pois ele jamais poderá, a todo momento, corresponder à sua fantasia conceitual.

3

Grandes decepções amorosas às vezes tiram, para sempre, algo quase tão precioso quanto a própria vida: a graciosidade da face e o brilho no olhar.

4

Amor e ódio são, de igual modo, investimentos emocionais: quem não superou a ambos ainda se encontra dentro de um ciclo determinado, que se move a partir da inversão dos polos.

5

Muitos amam com as palavras aquilo que depreciam através das ações.

6

Impulsos profundos e paixões raramente são ofuscados pelo véu da hipocrisia: podem surgir independentemente da subjugação dos conceitos. Por trás de toda a história das ideias e fanatismos, tudo que é mais primitivo, vital, necessário para além do abstrato no homem, continuamente se expressou: apesar de tudo!

7

Alguns casam-se não com a pessoa, mas com a emoção do casamento.

8

Muitos relacionamentos são destruídos não por fatos ou concretudes, mas sim por suposições e quimeras. Nessa medida, o amor é sobretudo vítima das hipóteses, sua carrasca maior.

9

A maioria dos amores são fundamentados em impossibilidades: elas só vêm à tona, porém, a longo prazo.

10

Por mais que a paz corteje o amor, ela jamais o seduz e a ele se entrega por inteira: ele é enamorado da guerra.

Maestro, compositor e escritor, com 6 livros já publicados. Bacharel em composição musical…