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Versos, Espelhos e Desmemórias

1

Tudo que de bom tinhas

Era meu eu espelhado?

Mas tu… quem eras,

Se me mantinhas

Por mim mesmo enamorado?

2

Assim disse-me o passante:

“Tento retomar, debalde,

Uma felicidade que,

Pelo destino, foi-me

Roubada… Ah! Diante

De mim, nada mais fixa-se

Que a memória retesada

De uma esperança perdida.

Quantos sóis haverão

De nascer para que eu esqueça

De sua espectral presença?

Desmemórias em vão”.

E se foi então, sem pressa –

Sem ansiar por compreensão.

3

Ocultamos, no tempo perecido,

O que jamais voltará a ser dado.

Um dia não nos reencontraremos

Para viver o que não vivemos?

Para o ocultado se desvelar

E o sonhado voltar a se sonhar?

Ou tão somente para repetir tudo

No retorno da eternidade do mundo.

Maestro, compositor e escritor, com 6 livros já publicados. Bacharel em composição musical…